quarta-feira, 14 de maio de 2008

Sonhos de Papel


Ao pensar que já não consigo pedir mais desculpa, apercebo-me de que já errei demais.

Sonho que errar não seria humano. Estou cansada deste tudo de nada. Durmo, embalada nos braços do tempo. Estou sedada. E mesmo assim não cedo a este enfernizante tique-taque. Já não é o meu coração que bate... è o meu cérebro que o faz...cansado, adormecido também. Embalado em mim. Um invólucro embalante de hipotético saber. Dependente do aroma futil que aí paira no ar. Não faço nada. Já não sei pensar. Perdida em sonhos e tempos passados. Sonho com futuros desconhecidos, porque não descanso. Este sono meu, é bem desperto. Estou acordada em sonhos e adormecida em vida. Um reino diferente, alternativo, talvez logínquo demais. Atrofiada. São factos demais. Perdões demais. Erros demais. Sonhos demais. Se ao menos tivesse um cordel! Deitá-lo-ia ao vento, na esperança de que alguém o agarrasse parecendo um papagaio de papel. Sou assim tão influenciavel. Sonhadora aprendiz. Nem sonhos sonhados sei sonhar! Se ao menos tivesse um cordel! Uma mão de criança trazer-me-ia ao chão. Contava-me uma história, qualquer uma serviria. Pois só tenho sonhos. E esses não faltam às crianças como eu.

É então que conheço o ar gélido que vos rodeia e que de vós emana. E tento ganhar asas. Que teimam em não voar! Preciso de alguma lufada de ar quente que me eleve de novo ao mundo dos sonhos sonhados. Do tique-taque do meu cérebro. Dos erros demais, perdões demais. Sonhos demais. Enfastiante mundo onde eu morava, e agora sim, longínquo. Eram sonhos de papel.

1 comentário:

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Se não souberes onde termina a montanha, subirás mais.