segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Atenção Víbora Ousada


Mas o que achas que estás a fazer?
Não mudas nada.
Só estás a perder.

Os planos que fazes
São para esquecer.
Vê se trincas a língua, víbora!
Tens olhos p'ra ver!

Apesar de embainhada,
Tenho a espada bem afiada.
Vou ao teu castelo
Ver-te perder.

Achas-te tão lixada.
Estás pronta a morder.
Ainda perdes o fio à meada,
Vá, vai-lá p'ró sofá TV ver.

A tua máscara
É o teu abrigo,
Mas a tua língua áspera
É o meu inimigo.

Por buracos e caminhos,
Escondes-te,
À espera
De uma presa.
Esse teu depósito de veneno
Feito represa.
Pensas que te veneram,
Mas mal te toleram.
Desce lá dessa banqueta,
Que achas pódio.
Vês-te grande vedeta,
Mas quem te olha
Só sente ódio.

Admite,
Esta minha raiva
Encanta-te.
Gostas de ver
Este teu Zé Povinho sofrer.

Já pensaste bem?
Pode ser só fachada...
É que desta luva branca,
Espera-te uma boa chapada.

Fazes de todos mero escarrador.
Mas acredita que cuspir o teu veneno
É tão bom que quase gera amor.

Tem cuidado!
É que esse teu fogo,
Que ainda não sabes cuspir,
Pode ser amor.
Esse grande jogo
Que para ti,
Não passa de fulgor.
É um ardor.
Esse sentimento que me causas,
Pequeno desconforto,
Nada mais que calor.

Já não me afectas,
E nem isso detectas.
Andas assim tão ocupada
Víbora ousada?

Se estás ameaçada,
Espero bem de extinção.
É que tanta crueldade junta
Afoga-me o coração!

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