quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Trono de cristal, Chapéu de papel


Aqui estou eu sentada no meu trono.
É assim que me mostro todos os dias aos que pouco conheço. Deve ser assim que me vêem, mas não sei ao certo, pois não conheço os seus olhos.
Sou orgulhosa, sim. Sempre que posso. É neste trono imaginário que dito as minhas sentenças.
Digo-lhes: não me perturbem. Pois este ilusório trono é feito de cristal. E a coroa que vêem, pousada delicadamente nos meus cabelos, esta instável. É na verdade um chapéu de papel.
Ás vezes agarro-me a ela, e mostro-vos, lá do alto do meu trono, como tenho razão.
Dizem-me que sim, acenam com a cabeça. Estão cansados. Cansados de mim. Mas é de vocês que eu preciso, até desses vossos acenos indiferentes…
Vocês é que me podem dar uma escada, ajudar-me na descida, deste trono banal que não me pertence.
É assim. Perto de vós, que conheço os olhos.
Os meus já vocês conhecem, mas é assim, de pertinho, que me descobrem o sorriso. Esse que não consigo esconder.

2 comentários:

Anónimo disse...

estou rendido.

Anónimo disse...

sê criança, nem que seja por um só dia... sê feliz :)