quinta-feira, 7 de junho de 2007

medo de mim


Nós, seres vivos temos mesmo medo daquilo que não percebemos. Pode ser um tema recorrente, mas é o que me atrai de momento.


Temos medo de não ter razão, de nos magoar. De ter de chorar ou de suspirar, que nos vejam com óculos de ver gente.

Eu tenho medo. Mas, tenho ainda mais medo de ceder às bolhinhas verdes e viscosas corroentes e tóxicas que tenho em reserva pouco protegida. Se elas não existissem, não tinha medo. Mas tenho, porque não as percebo.

Como temos medo daquilo que não percebemos, e não gostamos daquilo que temos medo, tenho a infelicidade de admitir, que não gosto de muita coisa. Quero percebê-las.

As bolhinhas fervilham, e tento esquecê-las, mas só posso diluí-las.

A solução que resta fica viscosa e impotável, imprópria para consumo... mas, quando vagueio nos becos e passagens aéreas dos confins do meu cérebro lá me deparo com a garrafa (de rótulo arrancado e agora inexistente), cansada do percurso tenho sede, abro lentamente a garrafa sem me aperceber, e quando dou por mim, já a solução untou uniformemente a miha garganta e, quando falo as palavras saem mutadas, podres, arrancadas de luz.

De nada serve não falar, pois com o tempo a solução entra na minha corrente sanguínea, apesar de não possuir um cartão Staff, e polui todos os capilares, distrubuíndo-se por mim, injectando o seu núcleo venenoso nos meus neurónios, sabotando a mensagem dos que estão ainda sãos.

Começo num vácuo sem fim, corroendo-me e fervilhando. E é disto que tenho medo. Pois não sei qundo paro.

Acho que às vezes a solução esquece-se de se multiplicar e a fagocitose vence, apesar do sacrificio dos leucócitos sentimentais. Ainda bem.

Tenho medo de um dia me esquecer de parar.

Já parei. Não quero recomeçar.

2 comentários:

Psantos disse...

E se optásses por uma solução azul?
A reacção não seria mais positiva?
Mas deixa, porque o medo é sempre uma forma de se progredir. Quem não tem medo nunca saboreia o momento!
Assinado...dióxido de carbono!

Anónimo disse...

We were given sveral gifts in life; understanding, fortitude, knowledge, wisdom and many more, but among all of them fear comes along.
Fear is inside all of us in all different forms, we need fear to survive, we need fear to be alive; as long as fear doesn't keep us blind from what is around us.